Sobre o streaming que comia videos

Eu não queria falar sobre isso, mas… é mais forte do que eu. Tem duas questões que me atingem: a jurídica e a empresarial.

Vou explicar: em março de 2022 o Vimeo, segundo maior site de vídeos do mundo, resolveu tirar do ar os vídeos mais assistidos dos usuários “Pro” que configuraram acesso exclusivo desse conteúdo em seus sites, seja site de cursos, seja um perfil no Patreon, ou um blog bastante movimentado. Vários usuários relataram que o Vimeo apagou todo conteúdo, exigindo valores de até U$ 8mil anuais para o usuário poder subir novos vídeos. O que estava lá já tinha sido perdido para sempre.

Para quem não sabe, sou formada em Ciências Sociais e Jurídicas há quase 10 anos. Não atuo na área pois, como diria um professor meu, “se te tira do sério, não trabalhe com o direito”. Me evita cabelos brancos do ponto de vista ideológico, mas não em outros.

Mas, o que interessa aqui, e que me deixa inquieta, é que todo mundo que assina um serviço como este não prevê esse tipo de situação. A empresa gastou com designer, com desenvolvedor web, com marketing, mas esqueceu de pedir para alguém revisar o contrato (os contratos, não é mesmo?) de prestação de serviço.

Então, o serviço de streaming chega lá e diz: não pode mais. Vou tirar do ar esse video aqui, esse e esse também. Quer publicar de novo? Me pague mais. E apesar da fúria dos usuários, não há o que fazer, pois já existia essa possibilidade no contrato, ou simplesmente uma enorme lacuna, que permitia tal atitude por parte do serviço.

Ninguém tinha assessoria jurídica? Nenhum advogado tá vendo o que eu estou vendo? Não é possível!

Bom, mas aí vem a segunda parte da questão: como empresário, você pode construir sua loja no terreno do seu vizinho sem alugar? Sem ler o contrato? Sem ter certeza do que está comprando ou alugando? Não. Ninguém vai fazer isso (Eu sei… tem quem faça mas, vou apelar pro bom senso aqui.).

No que diz respeito ao espaço virtual, é a mesma coisa. Se você vai usar o serviço de terceiros para construir o seu negócio, o mínimo que eu espero é que você leia as letras miúdas. E várias vezes. E que tenha alguém pra te ajudar a entender isso. Na dúvida: crie o seu próprio espaço. Se você tem a possibilidade de não depender de outros serviços: não dependa. Quanto maior a sua independência, mas a casa é sua pra você fazer o que você quiser e, principalmente, não ter notificações desagradáveis vindas no celular naquele momento que você está relaxando assistindo uma série.Tem uma terceira questão, que talvez esteja implícita, mas que pode inclusive acabar com seu negócio: você possui backup de todo o conteúdo do seu site? Você tem textos, vídeos e fotos salvos no seu HD, ou em um serviço na nuvem além do que você já publica? Muitos serviços, como site builders, ficam com seu conteúdo. Você não pode exportar as págins e guardar no seu computador. Por isso existem tantas empresas cobrando baratinho: você se torna refém do serviço deles. Precisa trocar de domínio? Depende deles. Está insatisfeito e quer mudar para outro servidor? Desculpe, mas vai ter que copiar/colar todo o conteúdo, pois não há uma ferramenta que facilite a migração.

Por isso é muito importante pensar sobre não apenas a segurança dos seus dados, como também a manutenção deles, garantir que são seus.

É aquilo, você pode transformar a casa feia em um palácio. Mas, se no contrato diz que, na hora de devolver o imóvel, você precisa voltar tudo ao estado original, você vai ter que destruir os pilares de mármore e tirar as torneiras giratórias pra colocar aquela baratinha, de plástico. É o que ele quer, e a casa é dele.

É hora de abandonar o trabalho remoto?

A cada vez que a pandemia começa a dar sinais de melhoras, muitas empresas tendem a pedir para que as pessoas abandonem o trabalho remoto. Mas será que é uma boa ideia ficar oscilando neste “volta/não volta”? Como isso afeta psicologicamente cada um de nós?

Pessoas solteiras, pelos seus vinte e poucos, podem achar que estão tranquilas em relação à pandemia. Quando estamos falando de uma pessoa em isolado, o problema reduz bastante. Mas, quando falamos de empresas, onde lidamos com grupos de pessoas compartilhando o mesmo espaço para executar seus trabalhos diários, o cenário pode mudar drasticamente.

Pense no caso onde temos uma agência com um time de 15 pessoas, com todas por volta dos seus 30, mas uma tem pais idosos ou filho abaixo da idade vacinal, como lidar com o risco que essa pessoa vai levar para a família dela? O correto seria dispensar, mas aí temos o problema de liberar uma pessoa e manter outras 14 obrigadas a ir para o trabalho. Também temos que pensar sobre tempo de deslocamento, algo que pode pesar bastante para pessoas que moram longe, acabamos adicionando muitas variantes negativas à equação.

Desde os tempos que eramos a BSCOM o objetivo sempre foi a liberdade, e isso nos proporcionou incontáveis horas de tranquilidade, por saber que trânsito não era um problema para ninguém. Além do fato de sermos uma agência, que lida exclusivamente com trabalho remoto. Então não existia motivo para elevar os custos para manter todas as pessoas na mesma sala.

Então a conclusão é: se a barreira física não é um problema, todas as pessoas que trabalham na sua empresa possuem wifi em casa, pensar no coletivo deve contar mais que a saudade de chamar a galera para almoçar do outro lado da rua.

4 dicas para melhorar a qualidade do seu código

AT&T, uma compania de telecomunicação americana, enfrentou uma crise em 1990. Eles queriam agilizar as chamadas de longa distância, os levando a lançar um upgrade de software complexo. O projeto falhou, e sua rede de chamadas de longa distância ficou fora por aproximadamente 9 horas.

Os custos estimados do dano deste apagão inclui U$ 60 milhões em cobranças de longa distância, 200.000 reservas de passagens aéreas não realizadas, e 75 milhões de chamadas telefônicas perdidas. Mais tarde, eles descobriram que o upgrade de software continha uma linha de código com bug, levando a uma bola de neve que terminou num problema gigante.

Apenas uma linha de código mal-escrita pode levar uma empresa ao nocaute, significando que seus projetos também podem terminar por causa disso. É por esse motivo que uma melhora na qualidade de código é necessária. Aqui vão quatro boas práticas para ajudar.

1. Adote convenções de código

Times de desenvolvimento normalmente criam uma lista de normas conhecidas como “convenções de código” (coding conventions). Elas incluem os estilos recomendados e as práticas para linguagens de programação específicas. Às vezes, os times estabelecem convenções para um projeto em particular e, outras vezes, eles estabelecem para toda a empresa.

Usar uma convenção de código encoraja todo mundo a escrever no mesmo estilo, fazendo com que todo mundo consiga entender seu código. Convenções também te ajudam a encontrar os arquivos e as classes em projetos grandes, permitindo que novos programadores consigam trabalhar mais facilmente. Por exemplo, desenvolvedores Java usam camel case para nomear funções, onde a primeira palavra é toda minúscula e as próximas têm primeira letraa em maiúscula – “employeeLastName.”

Convenções de código podem ditar uma ampla gama de coisas, como:

  • convenções de nome
  • espaços
  • operadores
  • declarações
  • comentários
  • identação
  • organização de arquivos
  • padrões de aquitetura

2. Use um code linter

Um code linter é uma ferramente que automaticamente verifica se seu código se encaixa no seu projeto ou nas convenções de código da sua empresa. Caso não se encaixe, os linters avisarão sobre esse problema.

Durante o desenvolvimento, esses alertas tendem a ser esquecidos quando desenvolvedores priorizam velocidade à qualidade. Mas esses pequenos erros podem acumular rapidamente em um curto período de tempo, levando a um significante retrabalho para seu time. Para evitar essa carga de trabalho excessiva, linters identificam esses erros rapidamente para que você consiga também resolvê-los rapidamente.

Quais linters devo usar?

O tipo de linter vai depender da linguagem que você programa – Java, C#, Python, etc. Por exemplo, um desenvolvedor Python pode usar Pylint para análise de manutenção da qualidade e código. Outros exemplos de linters incluem JSLintESLint, e Checkstyle.

3. Adote integração contínua (CI)

Desenvolvedores fazem merge das suas mudanças para a branch principal várias vezes por dia – esse processo é chamado de “integração contínua” (continuous integration, ou CI). Cada merge inicia uma sequência automática de build e testes de código, que podem levar um tempo para serem executados. Mas, se existe um erro, o código não vai rodar, e um sistema de CI previne de avançar para os próximos passos. O time então recebe um relatório e pode corrigir o erro imediatamente.

É por esse motivo que CI é amplamente utilizado em empresas modernas. Ele permite que o time quebre o processo de desenvolvimento em seções menores, o que garante uma maior atenção aos detalhes. Os desenvolvedores recebem retorno instantâneo para que possam evitar qualquer erro que possa atrasar a faze de entrega.

Uma ferramenta de intrgração contínua é crítica a ponto de permitir maior performance ao time de engenharia. Quando for escolher uma ferramenta de CI para seu time, existem fatores importantes a considerar, como suporte ao VCS, suporte a containers, plugins e integrações. Veja esta página (em inglês) para uma comparação de ferramentas.

4. Deixe comentários úteis

Às vezes, desenvolvedores fazem comentários que não são necessários para entendimento do código. Esse tipo de acúmulo pode resultar em tempo extra para desenvolvedores lerem o código. Do oturo lado, existem aqueles que fazem comentários de menos, o que reduz a qualidade do código porque faz com que os desenvolvedores precisem adivinhar o que estão lendo.

Seu objetivo deve ser o caminho do meio. Adicionar comentários apenas quando sentir que são necessários e podem proporcionar valor à sua biblioteca de códigos. As seguintes diretrizes (em inglês) podem ajudar você a escrever comentários significativos

  • Escreva comentários para funções complexas. Adicionar comentários à funções que possuem lógica complexa, como as que tem 100 linhas de código. Esses comentários são basicamente atalhos que explicam o que a função deve fazer, assim eles poupam tempo dos programadores tentando adivinhar.
  • Escreva um breve comentário no topo de cada arquivo. Esse tipo de comentário não deve exceder três linhas, e devem provicendiar um quadro conciso do objetivo e escopo do seu código. Se seus colegas derem uma olhada no seu arquivo, eles vão conseguir entender o que é em menos de 30 segundos.
  • Escreva comentários em cima de cada classe. Esse comentário explicará o propósito e escopo da classe no arquivo. Por exemplo, se a classe é nomeada “LocationService”, você pode adicionar um comentário como o seguinte na sua aplicação Javascript:
/* A classe abaixo vai ajudar a encontrar o registro de uma localização com um identificador único. Ele retorna uma localização */
public class LocationService {
 o resto do código vai aqui
}

Traduzido de: 4 tips to improve code quality

Horário flexível: as vantagens e desvantagens

Quando o assunto é “trabalho das 9 às 17h”, parece que o futuro é inevitável: cada um trabalhando no horário que mais produz. Pode parecer fácil, mas a liberdade de escolher o horário de trabalho pode também ser um convite à procrastinação, ao baixo rendimento, e ao stress de se sentir inútil.

Quando abri minha eupresa, ou seja, quando registrei o CNPJ e comecei a trabalhar sozinho, já no primeiro dia estabeleci que seguiria o horário comercial, como todo mundo. Para muita gente isso vai soar extremamente contraditório: mas como assim? “Agora que você têm liberdade, você vai entrar na mesma caixa que todos estão querendo sair?”. Todos fazemos parte de uma mesma sociedade, com alguns objetivos básicos em comum (pagar contas e viver bem), e essa sociedade tem um horário de funcionamento. Qualquer coisa fora dele pode soar estranha e acabar atrapalhando o desenvolvimento do seu negócio – ao menos em um primeiro momento.

Confuso horário

Diversas vezes atendi clientes de fora do Brasil. Empresas canadenses, empresas européias, e, quando isso acontecia, eu acabava mudando meu horário de trabalho. Se fosse uma empresa britânica, eu adiantava meu relógio, se fosse uma empresa americana – sediada na Califórnia -, eu atrasava o relógio. Sempre procurando manter 6, no máximo 8 horas por dia de trabalho, mas respeitando um horário que a produção não fosse prejudicada.

Um bom exemplo, pegando a empresa canadense, foi quando precisei atender eles e uma empresa brasileira ao mesmo tempo. Isso acabou prejudicando o trabalho porque os feedbacks que eles me passavam durante o expediente deles era visto por mim só no dia seguinte, pois a empresa brasileira exigia que eu participasse de reuniões cedo. Quando o stress começou, por conta dos atrasos, conversei com a empresa brasileira, que tem funcionários trabalhando até 8 da noite, e passamos a fazer as reuniões na parte da tarde. Assim consegui começar a trabalhar mais tarde, alinhando as expectativas de ambos clientes.

Horário flexível na prática

Já pontuamos a parte mais do mesmo da equação, então vamos falar da liberdade.

GTA 5 tinha acabado de ser lançado para Playstation e um amigo meu, que estava tentando trabalhar no mesmo esquema de liberdade, me chamou para fazer uma partida online no meio da tarde. O papo foi mais ou menos assim:

— Bora jogar?
— Não posso, estou esperando o cliente responder um email.
— Vamos jogar enquanto ele não responde.

Tentador, não? Porém, era uma tarefa importante, e ter um atraso após o feedback do cliente seria bastante prejudicial à minha organização. Ouvi ainda:

— Mas tu não trabalha por conta?

Ao contrário do que possa parecer, trabalhar “por conta” não é fazer o que der na telha. Requer um nível extra de comprometimento, pois é você trabalhando para você mesmo.

Mas meu chefe, ou seja, eu mesmo, é legal! Quando o trabalho está bastante tranquilo, é claro que dá pra parar para jogar um Mario Kart, lavar a louça, varrer a casa, ler um livro, etc. E dá pra fazer isso com bastante frequência. Basta uma coisa, e aqui é que está o maior segredo de todos: organização e disciplina.

Disciplina

Estou fazendo um vídeo mostrando minha rotina, e como a liberdade – respaldada por responsabilidade – pode fazer com que eu pare numa terça-feira para brincar com meu filho o dia inteiro.

Faça sua agenda de maneira que dê para cumprir todos os prazos de maneira não estressante, sem correria. No orçamento você falou que levaria 30 horas para uma tarefa e o cliente reclamou? Explique que as 30 horas são necessárias, se for preciso, detalhe o que você vai fazer. Ceder e se comprometer a entregar uma tarefa em menos tempo – 10 horas ou menos – vai levar à fadiga, ao cansaço, a um trabalho mal feito, e à insatisfação de ambas as partes. Você estressado por conta da correria, o cliente estressado porque o trabalho não alcançou as expectativas. Porém, se você permanecer nas 30 horas, tudo der certo e levar 22 horas, dá tempo de fazer um Q.A., tomar um café, jogar um term.ooo e até brincar com seu filho ou com seu gato – ou ambos.

E tudo isso é aplicável até mesmo para quem trabalha em uma empresa. Organização das tarefas e disciplina no dia-a-dia são as ferramentas que poupam maior dor de cabeça em qualquer trabalho.

Organizar é mais fácil após minimizar

Somos uma cultura afogada em posses. Acumulamos mais e mais coisas numa velocidade sem precedentes (feriados, aniversários, ofertas de final de semana, Amazon). Mas raramente nos comprometemos a descartar coisas conforme as acumulamos. Como resultado, nossas casas estão cheias de coisas.

Entretanto, o objetivo proposto para este aumento de itens pessoais é a busca para melhor organizar ferramentas, talentos, ou ideias. Nós pensamos assim:

Se eu tiver a caixa certa, essas coisas não vão parecer amontoadas.

Se eu soubesse a maneira correta de guardar essesnegócios, seria mais fácil de usar esse armário.

Se minha esposa ou filhos fossem melhores na limpeza, essa casa não pareceria tão bagunçada o tempo todo.

Ou, que tal essa?

Se eu tivesse uma casa maior eu não me sentiria tão desordenado o tempo todo.

Em cada um dos casos, e numa infinidade de outros cenários, caímos numa armadilha. O pensamento-armadilha é este: se eu pudesse organizar minhas coisas melhor, a bagunça e o stress iriam embora.

Esse pensamento é resultado da cultura em que vivemos. Tenha em mente que somos bombardeados constantemente com anúncios e mensagens para comprar mais e mais. Virtualmente cada anúncio promete uma vida melhor, mais feliz, mais conveniente do outro lado desta compra.

Compramos coisas porque acreditamos que elas vão melhorar nossa vida, e não nos distrair dela. Dar um passo atrás para que percebamos que as coisas que compramos não estão nos ajudando numa vida melhor requer quase uma volta de 18 graus do que nos falaram.

Ou até pior: requer que a gente admita que estava errado. É mais fácil achar que estamos certos quando compramos itens e apenas precisamos de um jeito melhor de armazena-los.

Nos forçamos a acreditar que todos esses negócios vão fazer nossas vidas melhores se guardarmos e organizarmmos tudo de algum jeito.

Só para ser claro, não há nada de errado em organizar nossas coisas. Eu certamente recomendo isso. Mas tem uma verdade importante que precisamos abraçar:

Organizar melhor talvez não seja a resposta final. Ou talvez nem seja a primeira resposta.

Organizar suas coisas se torna mais fácil quando simplesmente temos menos. Ou, como eu disse no título, organizar é mais fácil após minimizar.

Na verdade, muitas vezes, quando você tem menos, a organização acaba parecendo tomar conta de si mesma.

Courtney corta a confusão

Courtney Carver, blogueira na Be More with Less, talvez tenha modelado meu entendimento de organizar mais que qualquer outra pesosa. E ela fez isso com apenas duas frases certeiras.

Não lembro exatamente o contexto ou como achei as citações, mas em algum lugar durante meu caminho eu encontrei-as e tenho, desde então, repetido-as constantemente.

1. “Você não acha, se organizar fosse a solução, a gente já teria acabado?”

Organizar é sempre apenas uma solução temporária. Você organiza todas as coisas hoje apenas para ter que organiza-las novamente amanhã — não interessa o quão bom seja seu sistema.

Essa é uma das rasões do porque dicas de organização e ferramentas organizacionais nunca saem de destaque nas lojas. Enquanto as coisas estiverem na nossa casa, precisaremos de um lugar para guarda-las — de novo, e de novo, e de novo.

2. “Se você tem que comprar coisas para organizar suas coisas, talvez você tenha coisas demais.”

Vivemos de um modo que é completamente estranho às gerações passadas. Nunca na história da humanidade os seres humanos detinham tantas coisas como hoje. Temos tanto que existe uma indústrias inteira e lojas prosperando baseadas na certeza de que precisamos comprar mais coisas para guardar nossas coisas do que remove-las.

Você já parou para pensar o quão louco são departamentos de lojas com ilhas inteiras cheias de sacolas plásticas para que você tenha um lugar para guardar a quantidade de coisas, que já temos em casa, da mesma loja? É como pagar pelo privilégio de acumularmais e mais coisas nas nossas casas.

Motivos pelos quais minimizar deve vir antes de organizar

Se você tem coisas demais, minizar é sempre melhor que organizar. E não apenas pelas razões que Courtney mencinou. Existem também outras razões:

Minimizar posses é um ato permanente. Sempre que algo deixa nossa casa, libera espaço físico e se foi para sempre. Essa ação não precisa ser repetida constantemente.

Quando o objeto não está dentro de casa, seja porque foi vendido, doado, reciclado ou descartado, o espaço físico é liberado e o espaço mental também é limpo.

Uma segunda razão pela qual minizar é melhor é que simplesmente organizando nunca beneficia outra pessoa.Organizar nossas coisas, movê-las de uma sala para a outra, de uma prateleira para outra, de uma lata para outra, não dá oportunidade de ajudar alguém.

A realidade é que nosso excesso de coisas pode ser benéfico para alguém. Os itens que não precisamos em nossas casas são coisas que alguém, em algum lugar, precisa. E aquela pessoa talvez seja alguém na sua própria comunidade: uma mãe solteira, um pai recém demitido, um estudante desempregado, uma família refugiada, ou um sem-teto tentando um novo recomeço.

Se ficarmos apenas movendo coisas entre prateleiras, organizando sem parar dentro de nossas quatro paredes, as necessidades de outras pessoas continuarão. Minimizar nossas coisas e doar intencionalmente, em outra mão, nos dá a oportunidade de beneficiar pessoas que realmente precisam daquilo.

A maioria de nós quer ajudar pessoas. Queremos resolver problemas que enxergamos, e queremos ser generosos com nossos recursos (em inglês). Muitas vezes não conseguimos achar uma maneria de fazer— não temos dinheiro sobrando, estamos sem tempo, ou sem energia após uma semana de trabalho.

Mas olhe em volta na sua casa. Aquele armário cheio, aquela gaveta que não fecha, a garagem que você não consegue usar por causa das caixas — é tudo oportunidade de dar e ajudar! Mas não até você passar o pensamento-armadilha que manternossas coisas é melhorar nossa vida e organizar é a resposta para nossos excessos.

Uma terceira razão que organizar fica mais fácil após minimizar é que removendo coisas desnecessárias da nossa casa começa a nos mudar por dentro. Minimizar nossas coisas nos força à autoreflexão de um modo que organizar não faz.

Para mim, isso aconteceu quando comecei a levar mini-vans lotadas de entulho no brechó local. Levei uma van cheia de coisas para um centro de doação, deixei lá, e me senti bem comigo mesmo. Então peguei uma segunda van cheia de coisas. Ainda me sinto muito bem por liberar espaço na minha casa.

Então peguei uma terceira, e uma quarta… e em algum lugar durante a estrada comecei a me questionar sobre minha vida e meus hábitos. Especialmente, por quê eu tinha, na minha casa, quatro vans lotadas de coisas que não preciso?

Eu admito que não gostei da resposta quando comecei a me questionar. Comecei a perceber algumas motivações bastante nocivas no meu coração: ciúmes, inveja, um desejo de impressionar os outros, um pensamento baseado no medo, e coisas que simplesmente estavam lá.

Essas verdades foram descobertas difíceis sobre mim mesmo, e continuei a aprender mais e mais, mas foi importante reconhecê-las naquele momento. Apenas organizar não teria revelado aquelas coisas para mim. Apenas colocar coisas numa caixa e guardalas numa prateleira organizada não traz questões profundas, que mudam a vida, da mesma maneira que reduzir coisas vai.

E, por último, minimizar atrai oportunidades para mudanças de vida. Apenas reorganizar coisas pode limpar algum espaço físico por um tempo, ou fazer sua casa um pouco mais eficiente por um tempo, mas nunca vai acender mudanças significativas na sua vida.

Não perca isso

Se você está lutando com bagunça na sua casa e na sua vida, o primeiro passo que eu recomendo é remover algumas das coisas que você tem. Quando você fizer, você vai liberar um espaço permanente, ajudar outras pessoas, e criar uma oportuniade incrível de autoreflexão e mudança de vida. Sua visão da sua casa e das suas coisas vai mudar, e organizar vai ficar cada vez mais fácil porque serão menos itens para guardar.

Traduzido de: Organizing Is Easier After Minimizing